por Sônia Arruda
Tua boca é concha voraz
Suga suspiros de prata
Na extremidade da língua
Guarda e não solta mais
Teu beijo é forte abismo
Mais profundo que o poço
E, mesmo que nele eu caia
Tu me levantas, moço!
Teu riso é rosa que brota
Repentina e sonora onda
Que te invade e escancara
A face que afasta a sombra
Boca de beijos e de risos
Comunicação de palavras
Molhadas, ao pé do ouvido
Que, à imaginação, dá asas
Porta aberta ao delírio
Dos lábios da rubra flor
Que pra ti se abre em verso
A cada noite de amor
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
Um comentário:
Tão belo como a visão de um botão de rosa. Tão intoxicante como o seu perfume e tão perigoso como o seu espinho. Muito profundo a maneira que escreve.
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