"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

setembro 24, 2011

Ruptura

por Sônia Arruda


Vesti meu verso com silêncio
Apesar da noite farta de elegias
Vozes barulhentas cantavam
Eu chorava... e tu dormias!

Teu sonho, não alcancei, deveras
Sei que subistes sem me levar
Sem meu querer, ganhastes estrelas
De um céu que não sei explicar

E, na liberdade de que te investes
Paisagem vazia de minha figura
Goza o que há além dos dias

Faze dos teus membros inertes
Pássaros cientes de sua alvura
Livres do meu peito onde vivias

Nenhum comentário: