por Sônia Arruda
Escrevo versos e esqueço o passado
Foi numa outra vida, feita de sono
Que sonhei teu sorriso e teu canto
E, com precisão, o teu doce afago
A cada linha que vai sendo traçada
O cheiro bom de antigos abraços
Se perde na memória de naftalina
Enquanto isso, me adormecem os braços
E a minha mão escapa em rabiscos
Que nada pretendem senão ocupar
Linhas que faltam na extensa brancura
Fico a cismar, olho os novos riscos
Sem conseguir, de todo, me lembrar
O que minha alma já não mais procura
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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