"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

maio 15, 2011

Dança na Chuva













por Sônia Arruda

A chuva veio com seu riso molhado
Misturou-se à mágoa na face atada
Dessarrumou os cachos arquitetados
E a vaidade da seda bem passada


Chegou decidida a aumentar o mar
Ignorou-me a presença incomodada
Lavou a terra, deixou muitas poças
Em sua passagem bem-humorada


Até que eu não lhe resisti o encanto
Comunguei da sua gargalhada líquida
Gotas que refrescam almas abrasadas


E nesse instante já não havia pranto
E nem lamúrias de uma triste vida
Somente a alegria das poças puladas

2 comentários:

Gil Façanha disse...

Escreves tão bem,querida. Parabéns e minha admiração. bjsl

Maurélio disse...

Soneto encantador Sonia, magnífica inspiração, bjsss