"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

maio 22, 2011

Com Quantas Portas?

por Sônia Arruda


Tenho tantas portas e pergunto
Com quantas portas se escreve
A  história única de cada vida?


Como resposta o vento passa
Pela fresta daquela entreaberta
Só pra me dizer que não sabe


Que a questão ficou bailando
No ar. E foi bater às portas
De outras casas, de outras vidas


E, em nenhuma, ela encontrou
Solução em que pudesse confiar
Ficando ainda mais inquieta


Mas seu passeio não foi em vão
Aproveitou a viagem para entrar
Em cada porta que se lhe abriu


E não pôs fim à visitação
Mesmo às portas que fechavam
À sua brisa de interrogação

Percebeu que não há importância
No número, mas no que escondem
As portas, atrás da madeira polida


E no mistério que cada vida contém
Pois portas são feitas para serem
Abertas e serem fechadas também

Um comentário:

lobices disse...

http://lobices-4.blogspot.com/