"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

dezembro 10, 2010

Solstícios

por Sônia Arruda


Meu amor por ti foi vicio
Droga de sentimento
(Encapsulada)
Ingerida com vinho tinto
Numa seca madrugada


Teu amor por mim, sacrifício
Que te confundiu a jornada
Embaralhada por tolos transes
Vãs lembranças dessa amada


Meu amor por ti foi cume
Teu amor por mim, precipício
Nosso amor nasceu duas vezes
Em forma de raro solstício

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