"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

dezembro 22, 2010

Labirinto













por Sônia Arruda


Em alamedas de versos
Me lancei sem falso pudor
Nas sebes de jardim insólito
Que é teu poema de amor


Como num passatempo
Impresso em jornal diário
Minha curiosidade seguiu
O fio de tinta imaginário


Procurava alcançar a saída
Mas o centro exercia atração
Pra oculta luz que dissipa
As trevas - a superação


Esse teu labirinto poema
Abrigava uma figura torta
Devoradora de frágil coragem
Escondida na sombra morta


E esse ser meio bicho,
Meio fera e meio humano
Desorientou-me o percurso
Confundiu-me, fez engano


Aparecia em cada espelho
E pavor intenso trazia
Me mostrando, na face feia
Algo de meu que eu temia


Só quando enfrentei o medo
Escondido na sobra projetada
E desafiei o cruel reflexo
Encontrei a saída esperada



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