"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

dezembro 17, 2010

Quando o esquecimento é um bálsamo













por Sônia Arruda


O silêncio é uma distância
Entre as palavras negadas
A distância é o esquecimento
Morde a poeira do tempo


E o esquecimento é bálsamo
Da ausência que fere, arde
Queima as mãos e o corpo
Devora nascedora vontade


O esquecimento redime o ser
Do silêncio e da cruel mudez
Faz brotar arriscadas palavras
Se o coração não é só surdez

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