"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

outubro 02, 2010

Pedra














por S ô n i a A r r u d a


Trago comigo o movimento
Piso em flores rasteiras
Bailo com a natureza
Sou um passo de dança



Canto nas noites insólitas
Desperto as sonolentas asas
Dos seres mágicos adormecidos
Sou um grito de rebeldia



Escorrego em vertical declive
Só para depois, subir de novo
Sou da montanha o cume
Sou uma queda aventureira



Retorno inteira a cada vez
Que minha superfície é partida
Por golpes de mãos inábeis
Sou uma inevitável pedra

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