"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

setembro 03, 2010

Veneno










por Sônia Arruda



Olha
o gume da faca
Sente
a ponta da farpa

Não pode ser ele
mais agudo
que o fio do aço
do olhar meu

Traga
o sabor do veneno
Prova
com gosto o mel

Não pode ser ele
mais doce
que o sabor do gosto
do beijo meu

Morre
ao olhar
Morre
ao provar

Mas, morre
Mil vezes
a pequena morte
Em mim


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