"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

agosto 17, 2010

Praha















por Sônia Arruda


Às margem do Vltava
na cidade das cem cúpulas
encontro a Pérola da Boêmia


Mas nenhum roteiro me preparou
para o cenário de liberdade palpável

Deixo o manual de lado
e, simplesmente, caminho
sem rumo descubro, ao acaso,
um encanto novo em cada ruela
de bairros próximos e pequenos
que percorro sem pressa, a pé


Na praça da cidade velha
volto no tempo entre variados estilos
romanesco, barroco e gótico
misturados a visão do bonde 17
e das porcelanas e cristais atuais
em tantas variadas cores


Nas horas cheias, Cristo e os apóstolos
despertam do relógio medieval
e saem em procissão ecumênica
sobre os símbolos pagãos do zodíaco

E eu danço nas trilhas encatadas
do Labirinto de Espelhos

E, ao som de Dvorák, enfeito
com movimentos suaves
o Parque Petrin...

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