por Sônia Arruda
Se eu vou morrer amanhã
Por que não decreto feriado
E vou me colorir no sol gostoso?
Se eu vou morrer amanhã
Pra que economizar migalhas
Se quero me dar um belo presente?
Por que seguir os mesmos passos
Apressados passos para chegar
A um lugar ao qual nunca pertenci?
Talvez entre em um ônibus diferente
E me perca em ruas inéditas
Só pra descobrir outros encantos
Talvez compre uma bicicleta
E decida que já é hora
De, finalmente, aprender a pedalar
Ah! E também posso me dar ao desfrute
De nada fazer, de ser vadia
E, ao fazê-lo, nenhuma culpa me pese
A vida pode ser tão prazerosa que,
Se eu vou mesmo morrer amanhã
Por que tenho de começar desde hoje?
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