"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

agosto 16, 2009

Barca



por Sônia Arruida


Minha alma nua se banha
Num silêncio vestido de agonia
Que a saudade do teu verbo traz
Nas águas salgadas do dia

Até que a lua chega e observa
Doce mergulho que os céus encanta
Num universo paralelo e denso
Do desejo intenso que o frio espanta

Fica a dançar com lentas marolas
Se distrái do que deixou pra trás
Esquecida de um propósito morto

Levada pelo embalo das horas
No coração dolorido a noite se faz
Barca perdida não encontra o porto

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