por Sônia Arruda
Basta! Chega de me cobrarem
Uma felicidade que não tenho
Não quero envolver-me nessa farsa
De sorrisos enganosos e vazios
Prisioneira de alheia ânsia me sinto
Quando surgem tais cobranças
Vãs esperanças vêm do nada
E do todo que tudo consome
Chega de prosas imóveis
Pra que tanto desperdício?
Cansei de tudo o que promete
Ilusão embrulhada em papel dourado
Mando os abraços sinuosos
Para qualquer lugar sem nome
Por onde meus pés não vagueiem
Nem minha alma se banhe
Só quero um sorriso farto de criança
Um abraço apertado de um ser vadio
Um obrigado satisfeito de um pedinte
Coisas simples que as dores acalmam
Quero ser feliz e poder não ser
Ter visceral transparência respeitada
Aqui está a única verdade em que creio
O que me justifica é a necessidade que tenho
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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