por Sônia Arruda
Ah! Queria te dizer tanta coisa
nem sei como começar
talvez, comece pela infância
e te fale dos medos noturnos
ou, quem sabe, na juventude
te revele os primeiros segredos
como quem fala com fadas
e te faça confidente
queria te falar de cada dança
de todo gosto bom
que conheci e guardei na memória
para experimentar sempre que dá vontade
e dos quintais com seus balanços
de madeira, corda e sonho
minhas pernas rompendo o ar
viajando até algum infinito
e te contar dos espelhos
das faces estranhas que descobri
de algumas, tive medo,
mas não deixei de olhar
queria te mostrar as luas
suspensas sobre os momentos de amor
as telas que ainda não pintei
os poemas que não brotaram...
e que a linguagem usada
pra te mostrar o que tenho sido
fosse a mais sutil canção
arco-íris de notas...
e sei, tu notarias
quanta riqueza carrega
a simplicidade das histórias
garimpo único de cada ser
"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
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