"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"
Sônia Arruda
setembro 04, 2008
Quarta Muda
por Sônia Arruda
Esse silêncio imenso
Atordoando meus humores
Me faz atenta aos sons
E imagens interiores
Os sons de variados timbres
Voz da minha multidão
Perturbam-me os sentidos
Confundem íntima emoção
Imagens passam velozes
Filme em alta rotação
Rebeldes a vontade remota
Ao meu controle vão
Não adianta fechar
Os ouvidos e a atenção
Nem adianta fingir
Que não escuto tal canção
Ela se manifesta impune
Num ritmo louco e urgente
Me traga no seu compasso
Invade-me sangue e mente
E eu fico aqui, prisioneira
Dessa festa carcereira
Toda a música nascida
No silêncio de quarta-feira...
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