"A poesia é também uma forma de filosofar, de tentar compreender o movimento da vida, dar-lhe algum sentido, traduzir-lhe para os outros seres, usando mais o sentimento do que a razão. Os ingredientes dessa arte de profundidade filosófica provêm das experimentações das situações que a própria vida fornece, tantas vezes, independente de nossas escolhas. E a tradução é sempre acompanhada de beleza, de leveza, porque não se prende a nenhum proprietário. A poesia se doa a todo aquele que se reconhece e se apropria daquilo que percebe nos seus versos. Está sempre em estado de transformação, sempre interagindo, sempre sendo traduzida segundo a emoção e o conteúdo interno daquele que lê, no momento em que lê. A poesia está sempre viva!"

Sônia Arruda

junho 18, 2008

Lamento

por Sônia Arruda
(à Ernesto Nazaré)

Ah! minha flauta prateada
como o luar que do mirante eu via
e enfeitava meu sono de rede
ao som de tua etérea melodia

por que me negas agora
esses prazeres tão meus conhecidos
para cantar tua música longe
de meus ouvidos carentes de poesia?

não imagina
sequer supõe tão cega artista
o quanto leva do meu sonho
da minha fantasia



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